segunda-feira, 13 de julho de 2009

Teste do milhão de contos

Imagina que tens um milhão de contos* no banco (ou outra quantia exorbitante que te deixaria descansado financeiramente até ao fim da vida). O que te fará levantar da cama amanhã de manhã? O que irás fazer? Onde aplicarás o teu tempo e energias – ou seja, a tua vida?


imagem encontrada aqui


Regresso à realidade. O que é que me impede de fazer aquilo que faria se realmente tivesse um milhão de contos? Por que não dedico a vida àquilo que quero profundamente, que me preenche, me completa, me faz feliz (provavelmente fazendo felizes a outros)?. Por quê dedicar-me a actividades, por vezes estúpidas, desagradáveis, inconsequentes ou, pior, de más consequências – ou tudo isso junto – só porque me ajudam a "pagar as contas"? Para morrer qualquer dia sem ter justificado a minha passagem por este mundo?

“Mas como posso não pensar em ganhar dinheiro?! Não sou rico!” Os leitores mais atentos das bulicenas podem ter reparado que “ter um milhão de contos” equivale a ter cobertura financeira infinita. Mais fácil que acumular tanto dinheiro talvez seja reduzir as necessidades financeiras para não precisar tanto dele - a Folha Forreta talvez possa ajudar. E se eu me dedicar àquilo que verdadeiramente me apaixona e me faz feliz será que a vida não fica mais fácil? Até pode ser que alguém me pague pelo que faço. Ou nem me pague mas dê acesso a recursos que me ajudam a viver uma vida materialmente mais confortável.

Amanhã é um novo dia. Vou acordar e repetir o teste do milhão de contos. Raramente me deito convencido de que vivi o dia 100% fiel ao teste, até porque nem sempre é fácil definir o que é que vale mesmo a pena. Mas se não fizer a pergunta com certeza que não encontrarei a resposta.


*É em contos que meço o custo monetário das coisas. 1 conto = mil escudos (a moeda que circulava em Portugal antes da adopção do Euro em 2002) = 5 Euros. Portanto, 1 milhão de contos = 5 milhões de Euros.

5 comentários:

  1. Ola',

    Da minha parte posso responder com honestidade que aquilo que me impede de fazer o que faria se tivesse 1 milhao de contos sao as minhas 3 filhas.
    Se eu tivesse a educacao delas assegurada numa escola internacional e nao me tivesse que preocupar de onde vem o dinheiro, eu faria coisas que agora nao posso.
    Nao estao esquecidas, estao adiadas ate' as filhas crescerem e tornarem-se independentes.
    Depois disso as minhas obrigacoes com a minha prole estao cumpridas e posso passar 'a 3a fase da minha vida.
    1. Crescer.
    2. Criar as pessoas por quem me responsabilizei neste mundo.
    3. Trabalhar no que quero.
    4. Ir morrer bem longe e bem feliz depois de um plano de vida bem executado. :)

    Beijinhos,

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  2. Bem...
    Neste momento se tivesse 1 milhão de contos arrastava o João até Singapura para aceitarmos os infinitos convites que tens feito!
    Bjs Rita

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  3. O que é que me impede de fazer aquilo que faria se realmente tivesse um milhão de contos?

    Posso-te dar novecentos e noventa e nove mil novecentos e noventa e nove motivos de impedimento...

    lol

    Se aplico os mil paus que tenho no bolso da melhor forma?
    Bem. Isso já é outra conversa.
    Posso facilmente encontrar mil formas melhores de os gastar do que muitas vezes faço.

    Um milhão de contos de uma vez é muito dinheiro! E toda a gente assume que com metade desse valor já mudava radicalmente a sua vida e se transformava numa pessoa melhor.

    Agora suponha-se (esta não é a realidade generalizada, pelo menos em portugal):
    1 casal que tenha um rendimento familiar de 5000€ mensais, x 14 meses, x 35 anos trabalho, acumula à idade da reforma 490 mil contos.
    MEIO MILHÃO DE CONTOS!!!

    Quantos casais como estes existem no mundo ocidental que continuam á espera da lotaria para reformar a sua vida?

    Bem, agora vou pegar nos meus mil paus e dar-lhes o melhor uso que encontro possivel: jogar no totoloto para ver se mudo a minha vida... ;)

    Abraços

    Paulo Fonseca

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  4. Bem... Proponho que se faça um "case study", devidamente suportado.
    Deixem-se de conjecturas e ponham lá o milhão de contos na minha conta bancária e, sem pressas porque a pressa é inimiga da perfeição, acompanhem e estudem (com a necessária discrição) o que vou fazer nos próximos cem anos...
    :-)
    Um abraço
    Luís de Matos

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  5. Queria só dizer que eu já tenho um milhão de contos!

    Sim, e umas centenas de casas por todo o mundo, e um monte de universidades e escolas, e instituições espalhadas por todos os cantos de quase todos os países do mundo! E muitos carros, tb! E milhões de muitas outras coisas.

    Ser jesuíta tem as suas vantagens! :)
    É verdade que tudo o que temos não é para nós mas para servir os outros mas tb é verdade que usufruimos de coisas que não estão ao alcance de outras pessoas: quem é que se pode dar ao luxo de se sentir em casa em qualquer ponto do mundo porque sabe que há por ali alguma comundidade de jesuítas?

    ABRAÇO!
    João.

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