segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Alegre volta ao mundo dançando
Obrigado Matt! Óptimas energias! Feliz Natal!!
[Mais sobre o Matt no site oficial e em especial no about e nas FAQ.]
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Morte ao Pai Natal!
Há alguns anos que tenho o privilégio de responder "Nada" quando alguém próximo pergunta o que é que preciso (para o Natal, aniversário, ou alguma outra ocasião em que se convencionou oferecer coisas). Agradeço a recorrente pergunta, apesar de por vezes demasiado insistente, porque me faz sempre ficar consciente da minha privilegiada situação num mundo em que tanta gente vive com tantas dificuldades.
Na verdade, a minha resposta não pode ser tomada de forma absoluta: tenho de admitir que preciso de oxigénio, água e alimentos para viver. E não sei o que é viver sem uma casa, um abrigo. Nem sem uma razoável liberdade. E saúde também dá muito jeito. Ou os respectivos cuidados na falta dela. Pensar como não me posso queixar da falta de nada disto (nem alguma vez pude em 33 anos de vida) aviva a noção de vida privilegiada. E faz-me pensar em quem não tem a mesma sorte. Sorte mesmo: não posso reclamar qualquer mérito por ter nascido nesta família, onde e quando nasci, por ter estudado onde estudei, trabalhado onde trabalhei... Claro que tive de fazer algumas opções ao longo da vida, mas tive a sorte de as poder fazer.
Tudo isto para, saindo um pouco da linha positiva e amigável que espero que as bulicenas costumem seguir*, declarar
morte ao Pai Natal! :)
quadro: Robert Cenedella
O Pai Natal é a metáfora para esse estranho costume das prendas natalícias materiais e materialistas. A grande maioria das pessoas a quem damos alguma coisa não precisa de coisa (material) nenhuma. A maioria das coisas que damos (excepto os mais criativos!) provavelmente não tem significado especial para quem recebe. (Nem para quem dá?) Muitas vezes são até opressivas, gerando um incómodo sentimento de reciprocidade "se ele me deu isto, agora tenho de retribuir". "Alimentam a economia", justificam alguns. Que raios é suposto isso querer dizer?? Qualquer compra, por mais estúpida que seja, "alimenta a economia". Isso faz dela uma compra boa?? Não, antes pelo contrário: uma compra estúpida alimenta estupidamente a economia. Gera desperdício, abuso desnecessário dos recursos do planeta.
imagem: Urban Army
Por solidariedade pelos desprivilegiados, por ecologia, por vergonha na cara, proponho aniquilar o Pai Natal. Ou simplesmente esquecê-lo. Ou transformá-lo? Por quê pedir-lhe egoisticamente coisas para mim? Por que não pedir a mim próprio para ajudar a quem precisa? E responder ao pedido.
Como de costume, nenhum leitor das bulicenas conte com prendas materiais da minha parte neste Natal (nem em qualquer outro). Espero que possam contar com a minha amizade e boas energias. E vou tentar dar prendas a quem precise mais, por exemplo fazendo um donativo a organizações que andam a ajudar as vítimas das recentes catástrofes naturais por estes lados: terramoto em Padang, inundações em Manila, maremoto em Samoa. Se alguém tiver uma vontade incontrolável de me oferecer alguma coisa, ofereçam-me por favor uma ajuda a quem precisa!
Feliz Natal!
*Na verdade não é uma declaração tão agressiva assim, pois consta que o senhor das barbas brancas vestido de vermelho não existe. Para quem acredita, as boas notícias são que o Pai Natal foi preso no ano passado. Talvez este ano me safe finalmente de receber prendas?
domingo, 11 de outubro de 2009
5 C's
A Orchard Road ao domingo é uma excelente amostra deste modelo de sociedade materialista em funcionamento. À semelhança da zona de Belém em Lisboa (pelo menos na minha infância - hoje talvez o Colombo tenha tomado esse lugar?) ou do parque Ibirapuera em São Paulo (mais para o popular), a Orchard Road é destino dominical para massas de gente de todos os estratos socioeconómicos. Com raras excepções, cada prédio desta rua é um centro comercial (incluindo os primeiros andares de vários hotéis). Outdoors, montras, ecrãs de vídeo gigantes, luzes, amostras, folhetos, promoções... Tudo chama a atenção para marcas de roupa e acessórios, perfumes, e outras inutilidades. Das acessíveis às "estpssoaltássapassar!". Comprar é um dos dois desportos nacionais de Singapura (logo a seguir a comer). Devem acontecer milhões de transacções em cash e cartão de crédito num domingo na Orchard Road. Quem não está a comprar está a pensar no que acabou de comprar, no que vai comprar, ou no que gostaria de comprar. Quem tem carro (não são muitos em Singapura) aproveita para desfilar o seu símbolo de status e capacidade financeira. Há quem chegue ao ridículo de possuir um Ferrari ou um Lamborghini neste país com menos de 50 km de uma ponta à outra e um total de 160 km de auto-estradas (com limite de velocidade de 90 km/h). O hotel Hilton na Orchard Road parece ponto de encontro habitual para estes estranhos seres.
Quem quererá ser um sucesso numa sociedade assim?
Orgulhosamente, sou um completo falhado:
- Até tenho umas poupanças, mas a maior parte está em depósitos não tão líquidos numa conta no Brasil à qual não tenho tão fácil acesso, portanto não se pode dizer que eu tenha muito cash
- Nunca tive carro na vida, e tenciono nunca vir a ter (especialmente em Singapura - ilha de 700 km2 bem servida por excelentes transportes públicos, à qual consigo dar a volta em bicicleta em perto de 4 horas)
- Vivo num HDB - prédio de "habitação social" singapurense - e não num condomínio (construção privada com mais luxos, tipicamente incluindo piscina, courts de ténis, ginásio, garagem...)
- Devido à falta de rendimentos estáveis, não sou elegível para obter um cartão de crédito em Singapura (a não ser fazendo um depósito de segurança de 10.000 Euros)
- Continuo a correr e pedalar pelas ruas e estradas de Singapura, e a utilizar as excelentes piscinas públicas - não sou sócio de nenhum ginásio e muito menos de um country club
- Reformado aos 32... é difícil argumentar que tenho algo que se possa chamar uma carreira... e sinceramente nunca me ocorreu querer ter uma
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Eficiência singapurense
- Alô?
- Boa tarde. Senhor Da Fonseca?
- Sim, sou eu...
- Daqui fala do seu banco. Você perdeu o seu cartão bancário.
- Ah sim? [enquanto levo a mão ao bolso a verificar] Hmmm... é possível...
- Por motivos de segurança acabamos de cancelar o cartão e vamos cobrar S$5 pela perda. Estou a ligar para confirmar alguns dados para emitirmos um novo cartão...
E antes que eu conseguisse processar a notícia estava tudo resolvido.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Minimalismo radical
- O verdadeiro custo das coisas (100% d'acordo!)
- Liberta-te das metas (tenho de pensar nisto!!)
- Desafio das 100 coisas (desafiante!!!)