quarta-feira, 29 de abril de 2009

Chicken a la Carte


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6 comentários:

  1. Quero partilhar contigo uma história também verdadeira.
    Entre Novembro e Dezembro do ano passado, esta empresa (vamos chamar-lhe "1") que gere refeitórios, resolveu, no refeitório de um cliente seu importante (vamos chamar-lhe "2"), lançar um desafio aos funcionários da 2. O desafio era o seguinte: durante um mês por cada tabuleiro de refeição, cuja refeição tivesse sido completamente consumida, ou seja, não ficassem restos (excepto os não comestíveis, claro) no prato deveria ser colocado um cupão destacável do toalhete, do tabuleiro, e colocado numa tombola. Esses cupões seriam depois contados e por cada cupão seria doada uma quantidade de alimentos a uma instituição de luta contra a fome.
    De referir que as pessoas eram livres de participar podendo, caso pretendem-se, escolher o referido toalhete ou um toalhete normal.
    Segundo 1 o resultado foi quase desastroso e por pouco não se virou contra eles.

    - todas as pessoas queriam contribuir quer limpassem o prato ou não, sendo indiscriminada a colocação dos cupões. Foi necessário começar a contar tabuleiros limpos!
    - os funcionários de 2 queixavam-se que as funcionárias de 1 colocavam sempre mais comida do que a necessária;
    - quando era colocada menos comida, alguns queixavam-se que lhes estava a ser vedado a acesso à refeição suficiente;
    - os argumentos passaram a ser que a comida não prestava, que não estava bom, que já não havia outra escolha...
    - mas mesmo em pratos de buffet livre, como as saladas havia sobras.

    No final o resultado de alimentos a doar foi insignificante de forma que 1 e 2 se juntaram e resolveram oferecer, já não me recordo exactamente da quantidade, mas vamos supor, meia tonelada de alimentos cada. Esta acção terminou com a vontade de não voltar a repetir e uma maravilhosa fotografia dos dirigentes de 1, 2 e da instituição divulgada como sendo um sucesso o desafio...
    Quantos de nós teremos "mais olhos do que barriga"?
    Porque que é que este desafio foi realmente um fracasso?
    Quanto desperdiçamos diariamente?
    Aqui, no meu local de trabalho há um bar que serve diariamente refeições. Eu praticamente deixei de comer lá porque o que me servem dá para 2 refeições e por muito que peça para servirem menos, não servem mesmo. No tempo em que o João trabalhava comigo, chegávamos a partilhar um prato de refeição!
    Bjs Rita

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  2. Não gostei do filme, embora perceba o sentido e o objectivo de sensibilização. Mas achei muito demagógico....... O que tu achaste do filme, Buli?

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  3. Obrigado pela partilha, Rita! Podes experimentar levar metade do almoço para casa, ou não dá? Por isso é que estás tão magrinha, coitadinha! (como diria a tua avó?)

    Quanto a que achei do filme: boa pergunta! Ia escrever um mini-comentário e de repente reparei que tinha ficado a pensar, mas não tinha comentários definidos a fazer! Pior: não sei exactamente que impacto o filme deveria ter nas minhas acções. Mas o ter me deixado a pensar pareceu-me razão suficiente para partilhar o estímulo com os eventuais leitores bulicenáticos.

    Não devemos desperdiçar comida? Parece-me um bom princípio. Eu pelo menos tenho problemas terríveis em deixar comida no prato - como até à última migalha. E antes de tudo evito pôr comida a mais no prato. Porquê? Por sentir que é um desperdício... Será mais grave do que desperdiçar água, energia ou outro bem escasso? Talvez não, mas parece-me bem poupar tudo isso. Menos stress no planeta.

    Então e a questão humanitária? Se não desperdiçarmos comida talvez haja gente que fica sem comer?? O que é que o pessoal deste filme faria sem os restos de frango? Devemos alimentar toda a gente do mundo? Fome é uma situação terrível, cujo real significado provavelmente nenhum leitor das bulicenas consegue imaginar... Não sei se haver comida infinitamente acessível à humanidade é bom, porque então a humanidade talvez continue a aumentar a sua massa até o planeta ser só humanos? Parece-me importante a questão da justiça social e económica. O facto de vivermos num mundo em que existem uns e os outros. Em que "fechámos a comida à chave" e quem não tem acesso à economia do dinheiro nem a terra fértil não tem acesso a comida. Só porque para muitos de nós essa realidade da fome é longínqua, será que não lhe devemos dar importância? Talvez este filme até alimente esse pensamento: "Ah, isso é lá na Ásia. Aqui não há malta a viver assim. E além disso eu como sempre tudo até ao fim, portanto isto não é nada comigo."

    E a questão do bem-estar animal? Equilíbrio com a natureza? No início pensei que talvez fosse um filme de apelo vegetariano, mostrando as galinhas a serem degoladas na cozinha sem quaisquer condições, nem higiene, nem dó, nem piedade. A questão da responsabilidade de assumirmos as nossas opções e de não terceirizarmos as decisões que não somos capazes de executar com as nossas próprias mãos...

    Talvez valha a pena pensar em algumas destas questões e mais algumas ainda?

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  4. Sim, acho que só a chamada de atenção para a existência de situações de miséria vale por si mesma. Mesmo sem mais reflexão.

    Em mim tenho-me dado conta que a vida espiritual, aquilo que tenho aprendido com os jesuítas, me vai fazendo mudar o modo como olho as coisas, a realidade, o mundo. Sinto que sou muito mais sensível aos outros do que era antes. Como olho para um podbre, para um cego, para uma prostituta? É igual a qualquer um de nós. Uma pessoa que talvez não tenha tido as oportunidades que eu tive. Alguém que por isso mesmo exige um pouco de mim, nem que seja um olhar que lhe confere a dignidade perdida.

    Bom... acho que me desviei do tema. Deixei-me levar pelo que o vídeo provocou em mim.

    Obrigado Nuno!
    ABRAÇO!
    João.

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  5. Primeiro que tudo: É bom saber que alguem usufrui das nossas sobras, mas desta maneira degradante, humilhante e desumana óbviamente NÂO. O que devemos fazer? A resposta é simples e todos nós a sabemos: dvidir melhor as riquezas do Mundo. Mas continua a não haver vontade nem política nem humana. O motor da democracia é a inveja, ou seja, quero o máximo para mim quer seja necessário para a minha sobrevivência quer não. Os outros que se arranjem!
    Esta é, infelizmente, a atitude mais frequente do ser humano, mesmo nos países que têm uma história profundamente católica.
    E no fundo, esta de divir e dar aos outro é uma das mensagens mais importantes de qualquer religião, ou não?
    O pormenor de a família pobre agradecer a Deus o pouco que tinha para comer, é muito significante.
    Beijos a todos. Tia MG

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  6. As the 21st century begins, the world faces an unprecedented health and environmental crisis. New diseases and epidemics have emerged, family and social conflicts have increased, and ecological threats have multiplied and spread, imperiling humanity’s biological and spiritual evolution, as well as the future of other life on this planet. At the heart of this escalating crisis is the integrity of the world’s supply. Genetic engineering cloning, food irradiation, microwave cooking, and other new technologies are radically changing the humans have eaten, fed their families, and managed their health for thousands of years, violating millions of years of natural order.
    Personal and planetary health are inseparable. World hunger and poverty cannot be divorced from eating beef, chicken, and other animal foods that require up to ten times more grain to produce than growing grain directly for human consumption.
    (Michio Kushi’s the Macrobiotic Path to Total Care)

    The train to Hiroshima ran through our region. In August 1945, rail passengers from the south brought a rumor that something had happened in Hiroshima. In a few days the war ended. A long period of national disillusion and social disruption followed. The soldiers, young and old, come from the South Pacific, Siberia, Manchuria, China, and many other areas. The Americans arrived, with their superior technology and Coca-Cola. Japan searched its soul.
    This rootless postwar climate affected everyone deeply. I no longer had the confidence to teach and often joined with the young people in my village who were putting their energies into dancing and acting. However, I soon realized that dying for one’s country could no longer be an ideal and the world was now one. I decided to devote myself to peace. […]
    Not long afterwards, in January 1950, I learned about George Ohsawa’s world government movement. The dream of ending war and unifying all people reverberated in my heart. I went to Yokohama to visit George’s Ohsawa’s center and decided to study macrobiotic philosophy, which utilized the energy of food as a unique tool for creating peace and harmony. […]
    Macrobiotics does not require any change in your religion, way of thinking, or personal lifestyle. It requires only that you eat in harmony with your environment. By eating well, you will create order and balance in your daily life. Your peaceful spirit will extend to your family and community and eventually influence the whole world. Once you have experienced the true energy of food and learned how to control your health, behavior and thoughts through cooking and eating, you will never be able to return to the old unconscious and sensorial ways of eating. After preparing balanced whole food meals, your physical condition will improve, your thinking will became clear and focused, and your vision of the future will grow bright and cheerful. Careful cooking is the key to maintaining harmony with the surrounding natural world. But obtaining the highest quality and freshest foods is essential.
    In the early 1960s, Michio and I began to devote our energy to the dream of making available whole foods to every community in this country. Food quality is the key to health and happiness. When we started Erewhon, we introduced the term “natural foods” to distinguish whole foods that have not being processed or treated with chemicals and preservatives from the commercialized, artificially processed products that destroy human health. The earth is far from universally adopting the ideal of organic whole grains and other natural foods. But I have faith that one day humanity will return to the traditional staff of life and that families will return to a more healthful way of life. Changing the quality of food on a global level is the key to ending the spread of cancer, heart disease, mental illness, and infertility in the modern world, as well as reversing the breakdown of the family, social disorder, and mistrust between nations. […]
    It is my hope that this book will help you to create more balanced and peaceful meals. Health and energy are precious gifts. Please share your insight and understanding with others, and together let us build a world of enduring peace.
    (Aveline Kushi’s Complete Guide to Macrobitic Cooking)

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